terça-feira, 22 de dezembro de 2009

MIGUEL FALABELLA BEIJA AÉCIO NEVES!!!

tá a manchete é mentira, ou mais ou menos como explicarei logo adiante nesse blog que acaba de sair do forno. não adiantou tentar resistir, cortar metade do cabelo, escutar música brasileira do século xviii ou fazer declarações niilistas com ar de cantor inglês do início do século - eu me rendo - vou estrear um blog essa noite.
não vou ditar regras ao leitor, se alguém vier a ler essas bobagens espero que tenha estômago ou fígado, como aliás é preciso para tudo que presta nessa vida, que para alguns é muito curta - tenho lá minhas dúvidas, 40 anos já me parecem bastante tempo pra existir - comecemos o crime, a vantagem da internet é justamente a frouxidão de suas regras que me permite regurgitar as letras a seguir.
essa semana saíram de cena de forma magistral dois grandes jogadores de xadrez, o atual governador de minas, aécio neves e o dramaturgo, ator e pau pra toda obra miguel falabella - este segundo sabe até bater laje, dizem por aí - enfim, vou explicar o dito beijo da manchete garrafal que nada tem que ver com os boatos sexuais ou químicos que fazem sobre essas figurinhas da mídia brasileira... aécio há poucos dias deu um golpe de mestre que tem sido interpretado de todos os modos possíveis, saiu da cena de incerto presidenciável para certíssimo cortejável (politicamente é claro, pois dizem que bate em namorada). o primeiro a correr atrás do fujão foi o assustado "vencedor" da peleja partidária, josé serra, assediando veladamente aécio para outra posição incerta, a de candidato a vice em uma virtual chapa psdb-psdb. o que os psdbestas de sampa não sabem mesmo é que tipo de acordo político e campanha vão fazer em um país onde o adversário político (lula ou filho do brasil) é um presidente com absurdos índices de popularidade, com pouca oposição e em um momento em que o principal aliado, os demos é um partido decadente e em frangalhos devido a um recente e escandaloso escândalo de corrupção - não procurem aqui um juízo de valor favorável a lula, bem menos ainda ao pt que pode facilmente ter incentivado a pf na descoberta do chamado mensalinho do dem, sem ver jamais a trave de seus próprios olhos, parasitas profissionais que são -
vou contar um segredo mineiro, o que certamente colocará em cheque minha mineiridade, mas todo mundo e especialmente os mineiros sabem que isso de mineiridade não existe, assim como aécio sabia que não existia chance real de ser candidato contra um cacique duro e paulistano como serra, lembrando que ambos têm na imprensa seus feudos e o de sampa, apesar de um pouco mais rebelde, é nacional e certamente mais forte, o filho atrevido costuma defender bem a própria mãe diante das ameaças alheias.
a jogada de aécio terá consequências muito difíceis de prever, mas, de modo algum põe a perder as seguranças que já tem em minas, ainda por cima com isso ele passa a todos uma imagem de gênio misterioso que sabe tudo que vai acontecer no universo político que o cerca, mas é tudo lorota, coisa de raposa muito bem criada e a mentira vai tomando contornos de verdade, o que vier é lucro e só dessa maneira poderia sê-lo. dão-se os nós e os outros que desatem.
sobre falabella fiquei sabendo hoje pela folha - pessoal, juro que apesar de meu pecado de ver muita tv nunca leio essa coluna, foi uma eventualidade de quem folheia jornal no primeiro dia de férias -diziam que o programa "toma lá dá cá" termina hoje com final insólito e ácido. o crítico da folha descreve os prós e contras da série sem se dar conta de que nesse episódio o próprio miguel falabella faz tal serviço, e melhor que o próprio crítico que é literalmente um palhaço (sério ele trabalha como palhaço). não sei as razões precisas, pelas quais a globo terminou o programa, apesar de não ser um humor estridentemente engraçado não dava vontade de mudar de canal, ao contrário do que acontece com o desgastado "caceta & planeta" , não deprime, não me dá vergonha de ser brasileiro como um tal de "zorra total" cujo nome é a primeira e ultima vez que escrevo (podem vigiar).
aproveitando a deixa do final, o episódio foi salpicado de críticas, que começam pela doméstica bozena ao incitar todos a se acusarem em uma brincadeira de mal gosto - típica de patô branco - a brincadeira se chamava "eu te dedo tu me dedas" e em sua linda catarse, eu diria brilhante mas meus colegas intelectuais estão fazendo cara feia em minha cabeça junto com meu superego, o autor se retrata de certos exageros em piadas preconceituosas, do pouco valor que foi dado a certas personagens promissoras. em um exercício metalinguístico (eita palavra chata! eu sei) critica a ganância, a inveja sabe-se lá de quem nos bastidores, como última cartada homenageia o espírito de seu ladir - quase chorei rerere, mas pra quem não sabe ele só morreu na série, o ator ítalo rossi que o interpreta saiu por ter conseguido patrocinio para um projeto seu, uma peça tatral - e este os salva em um disco voador , não sem antes falabella pixar o estúdio pelas mãos de outra personagem, seu filho "tatalo" que em cor brilhante escreve: -nós voltaremos! a pernonagem do próprio falabella não fala muito no episódio e é "dedada" por todos durante o programa.
jamais saberemos o que ocorre nos bastidores do poder, seja ele político ou midiático. é certo que há grandes e às vezes conflitantes interesses. seja como for, admiro uma cartada bem dada e não duvido que o esperto miguel tenha se inspirado, ainda que inconscientemente, no político mineiroca (não é segredo nem pro robin williams que aécio adora o rio...), os dois se aproximam imensamente nesse ato em que, alfinetando quem os põe da porta da rua pra fora, obrigam os algozes a manterem as portas escancaradas.
o que fica dos atos de aécio e falabella, pessoas públicas que sabem muito bem como usar a própria imagem? uma saída triunfal as vezes é melhor que uma permanência débil.
beijoão
FLOR DE MAIO